Quantas linhas de Yôga existem?
“Tudo o que nós escutamos é uma opinião, não um fato.
Tudo o que nós vemos é uma perspectiva, não a verdade.”
Marcus Aurelius
Imagine algo que surgiu há mais de cinco mil anos, num local que sofreu inúmeras invasões por povos de diferentes culturas e em diferentes épocas. É claro que no decorrer deste período o Yôga passou por inúmeras adaptações e foi praticado sobre diferentes pontos de vista e influências.
Essas diversas influências, históricas, culturais, sociais e até religiosas, alteraram o conceito original e resultaram em diversas linhas de Yôga ou modalidades. Surgiram na antiguidade, inicialmente 8 ramos a partir do tronco do Yôga Pré-Clássico, o Yôga de Shiva, o primeiro a surgir.
Imagem extraída do livro Quadro Sinóticos do Yôga Antigo do prof. Rodrigo de Bona
Rája yôga – o yôga mental.
Bhakti Yôga – o yôga devocional. Consiste em cultuar as forças da Natureza, o Sol, a Lua, as Árvores, os Rios, etc. Ou os mestres espirituais e as divindades.
Karma Yôga – o yôga da ação. Visa impelir à ação, o trabalho, à realização. Em princípio sem visar a benefícios
pessoais, recompensas ou reconhecimento.
Jñána Yôga – o yôga do autoconhecimento. Consiste em meditar na resposta que o seu psiquismo elaborar para a pergunta do quem sou eu.
Laya Yôga – o yôga das paranormalidades. Ao dissolver a barreira da personalidade, todo o poder e sabedoria do Absoluto, do Self, fluem diretamente para a consciência do praticante.
Mantra Yôga – o yôga do domínio do som e ultra som.
Tantra Yôga – o yôga da sensorialidade. Visa atingir a meta do yôga através do reforço e canalização da libido.
A partir de então, surgiram mais de 108 tipos diferentes e até contraditórios em alguns aspectos. Algumas as linhas que surgiram a partir dos oito primeiros:
Suddha Rája Yôga, Kundaliní Yôga, Siddha Yôga, Kriyá Yôga, Yôga Integral, Yôga Clássico, Hatha Yôga,
Iyengar Yôga, Power Yôga, entre outros.
Apenas duas coisas devem coincidir nas várias modalidades para ser considerado um yôga sério, verdadeiro:
o despertar da kundaliní (energia vital do ser humano);
e o fenômeno do samádhi (estado de iluminação da consciência).
Quem atesta essa afirmação são dois grandes Mestres, um do período clássico e outro do período contemporâneo. Segundo Patañjáli, que viveu no século III a.C, a meta do Yôga é o samádhi e segundo Shivanánda, que viveu no século XX, sem kundaliní não ocorre samádhi.
Todas as linhas de Yôga têm o seu valor, todos os professores bem-intencionados e praticantes sinceros, devem ser respeitados. Cada um deve adotar a modalidade que melhor se ajustar as suas necessidades e as suas expectativas!